Um turbilhão de emoções

Boas Vindas

Sejam todos bem vindos!!!
Compartilhem suas ideias, sonhos, imaginações, por mais que pareçam estranhos, gostaria de ouvi-los.
Aqui posto meus textos, minhas ideias...
Beijinhos

sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Casco vazio


            Sonhos parecem não habitar cascos velhos e partidos, não habitam a carcaça de um coração despedaçado pela vida... A chama se apagou dos olhos, o riso morrera antes mesmo de chegar aos lábios. Os sentimentos se foram há muito luas, uma marionete tem mais vida do que esse casco vazio.
            Caminha a esmo pelas ruas enegrecidas pelo tempo, como um fantasma, passa sem ser notado, é muito fácil ser apenas mais um na multidão, cada um vive sua desgraça diária. A cegueira toma todos os corações, como a peste que se espalha sorrateiramente através da noite, trazendo a morte para todos que ela toca.
            Houve uma época que todos os corações sorriam ao passar da mais leve brisa, foram tempos doces e primaveris. As flores desabrochavam colorindo as campinas que explodiam de vida. Mas a tempestade sempre chega devastando tudo que interpõe seu caminho. A fúria dos ventos arrancou as mais frondosas árvores pela raiz, restando apenas o casco vazio, apodrecido pelo tempo.
            Incêndios consumiam os lares construídos pelos corações apaixonados pela vida, restando somente as cinzas que também foram carregadas pelo vento, deixando o vazio de mundo enegrecido e consumido pelo tempo.
            O mundo se tornou um lugar inabitável, vazio e frio, cheio de fantasmas, zumbis que caminham sem rumo...

O beijo da tempestade


As nuvens cobrem o sol, pintando o céu de preto anunciando mais um dia de tempestade. Raios tocam a terra, os sons dos trovões invadem o mundo, aterrorizando corações já partidos.
O mar revolto beija a encosta como uma amante furiosa em busca de vingança. A chuva é uma sinfonia lamuriosa para os corações que foram estilhaçados pela vida. As lágrimas misturam – se com as águas oceânicas, o mar está cheio do sabor amargo da derrota.
 O corpo afunda cada vez mais rápido sob o peso que o mundo colocou em seus ombros. Já não há mais luz que consiga vencer as águas turvas. A superfície continua revolta, sofrendo com os fortes ventos, raios e trovões que compõe a sinfonia melancólica de um céu choroso, mas no fundo dos mares a paz reina.
Paz inalcançada em vida, mas que a morte proporciona ternamente. O corpo toca as areias oceânicas com a leveza de uma pluma. Todo o peso se fora junto com o último fôlego de vida.
A tempestade cessa, a sinfonia emudece, a vida se fora para sempre...

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Perdido entre mundos


Já sentiu como se seus dias estivessem contados? Como se as areias do tempo estivessem escorrendo por entre os dedos? Como se a lua bloqueasse a luz do sol e a terra mergulhasse no mais denso breu, uma escuridão palpável... Já sentiu que estava caminhando sob areia movediça e afundando cada vez mais? E que lutar para se libertar era em vão? Já sentiu que seus gritos por mais altos que fossem soavam mudos? Já sentiu as lágrimas brotarem, mas procurá – las na face fora em vão, já que o choro era da alma... Já sentiu o mar te puxando para as profundezas? Sentiu – se perdido no espaço? Já se sentiu a criatura mais insignificante do universo e mesmo assim colocou uma máscara no rosto e seguiu seu caminho sem se importar com as feridas que a vida tem lhe causado...
Perdido essa é a palavra que te defini nesse momento... Você perdeu seus sonhos, se perdeu na jornada, se perdeu no espaço assim como seu olhar se perde observando o céu todas as noites. Quando criança observava as estrelas imaginando quantos mundos poderia desbravar, mas o tempo passou e a sua alma foi perdendo o brilho, assim como uma estrela que morre, seus sonhos também se extinguiram e você deixou de existir, restando apenas uma  casca sem vida, uma marionete do tempo.
As folhas dançam com o vento, mas o tempo enferrujou suas articulações e congelou seu coração, não vê mais beleza nas coisas simples da vida. As lágrimas secaram, os sentimentos se foram dando lugar ao vazio, um buraco negro que suga toda a galáxia que um dia existira dentro de si.
As estações passam em câmera lenta diante dos seus olhos, o tempo resseca as folhas, a chuva rega a terra, o sol aquece os ninhos e o vento espalha o aroma das flores pelo mundo... São tantos odores, tantas cores e mesmo assim seu mundo está vazio, preto e branco...
Seu eu se perdeu por entre os mundos, sua essência se fora na última tempestade...