Já
sentiu como se seus dias estivessem contados? Como se as areias do tempo
estivessem escorrendo por entre os dedos? Como se a lua bloqueasse a luz do sol
e a terra mergulhasse no mais denso breu, uma escuridão palpável... Já sentiu
que estava caminhando sob areia movediça e afundando cada vez mais? E que lutar
para se libertar era em vão? Já sentiu que seus gritos por mais altos que
fossem soavam mudos? Já sentiu as lágrimas brotarem, mas procurá – las na face fora
em vão, já que o choro era da alma... Já sentiu o mar te puxando para as
profundezas? Sentiu – se perdido no espaço? Já se sentiu a criatura mais
insignificante do universo e mesmo assim colocou uma máscara no rosto e seguiu
seu caminho sem se importar com as feridas que a vida tem lhe causado...
Perdido
essa é a palavra que te defini nesse momento... Você perdeu seus sonhos, se
perdeu na jornada, se perdeu no espaço assim como seu olhar se perde observando
o céu todas as noites. Quando criança observava as estrelas imaginando quantos
mundos poderia desbravar, mas o tempo passou e a sua alma foi perdendo o
brilho, assim como uma estrela que morre, seus sonhos também se extinguiram e
você deixou de existir, restando apenas uma casca sem vida, uma marionete do tempo.
As
folhas dançam com o vento, mas o tempo enferrujou suas articulações e congelou
seu coração, não vê mais beleza nas coisas simples da vida. As lágrimas
secaram, os sentimentos se foram dando lugar ao vazio, um buraco negro que suga
toda a galáxia que um dia existira dentro de si.
As
estações passam em câmera lenta diante dos seus olhos, o tempo resseca as
folhas, a chuva rega a terra, o sol aquece os ninhos e o vento espalha o aroma
das flores pelo mundo... São tantos odores, tantas cores e mesmo assim seu
mundo está vazio, preto e branco...
Seu
eu se perdeu por entre os mundos, sua essência se fora na última tempestade...
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