O sol
brilha... Um reflexo luminoso nas ondas do oceano. Calmaria... O oceano dança
suavemente à frente, respingos de água brilham diante de sua face, o
barco finalmente deixara o porto. Essa será uma longa viagem e na mala trouxera
apenas as lembranças, memórias de dias tempestuosos, memórias de dias ensolarados,
memórias de dias nebulosos, doces lembranças, aprendizados e cicatrizes. A
partida fora difícil, deixar pessoas para trás é sempre dolorido, mas é preciso
crescer, saltar do ninho, desbravar o mundo.
Quando
pequenina sentada na calçada sonhava em desbravar o mundo. O que teria além da
colina? O que teria além das nuvens? Existem lugares diferentes? Pessoas
diferentes? Tantas questões para uma mera criança que já se sentia deslocada no
mundo.
Cresceu
e as questões se multiplicaram. Por que a humanidade é assim? Onde está o amor?
O que existe além das fronteiras impostas para nós? É possível atravessá – las?
Quebrar as barreiras? Ir muito além do horizonte? A felicidade realmente existe?
Então
as partidas começam a acontecer, pessoas que amamos costumam partir, ás vezes
temporariamente, mas ás vezes se ausentam para sempre, deixam esse mundo para
trás rumo a jornada para o infinito, nos presenteando com lembranças que
estarão guardadas para sempre na memória.
Olha uma ultima vez para trás, o porto sumira de vista,
significando que não há possibilidade de volta. A jornada começara e agora sua
visão só pode se voltar para o horizonte à frente. O sol está se pondo e as
primeiras estrelas surgem no céu, te fazendo lembrar que sonhos são como
estrelas, precisam de energia para continuar brilhando...
A vida é tão frágil e preciosa. Somos um sussurro em meio
ao universo. Coisas boas nascem do caos, estrelas morrem, mas seu brilho
continua ecoando, ecoando, ecoando até chegar aos nossos olhos. A noite está
estrelada e o barco continua seguindo em frente dividindo as ondas ao meio e
que logo se acalmam novamente, parecendo que não foram cortadas, mas se
observar bem ocorreram mudanças ali.