Mais
um crepúsculo se anuncia e sua jornada parece não ter chegado ao fim. Seus pés
já estão machucados e com bolhas devido à longa caminhada, seu corpo cansado e
fraco se tornou um fardo que o impede de prosseguir viagem. Um passo em falso e
a queda livre rumo ao abismo se inicia. Sabe que é vão gritar por socorro, mas
mesmo assim o faz e a falta de resposta só aumenta a dor e o vazio alojado em
seu peito.
Acorda
em meio à escuridão, olha para o alto em busca de auxílio, mas a noite chegara
sem estrelas, sem esperança. O frio e o medo o dominam, deitado se enrosca como
uma pequena bola, apertando o peito com a vã esperança de fazer a dor parar, seu
coração está estilhaçado. Tem uma vaga lembrança dos motivos que o fizeram
iniciar sua jornada em busca de algo que o preenchesse, em busca de si.
As folhas
das árvores eram levadas pelo vento rodopiando para longe, o outono estava no
fim e o inverno se anunciava rigoroso. A pessoa que você amava partira no
inicio do outono, todos os seus planos não deram certo. Procurou formas para
continuar com sua vida por mais pacata e monótona que fosse. Mas a solidão
aumentava a cada dia que passava, as pessoas não o compreendiam, afinal o mundo
não para porque você caiu, porque você se machucou. A humanidade tornou-se egocêntrica
e egoísta, cada um vive em sua bolha particular não se importando com o mundo
que o cerca. A gentileza do mundo acabara e você saiu em busca da sua paz, do
seu cerne, da sua humanidade.
As lágrimas
escorrem como um rio caudaloso por sua alma manchando toda história que
escrevera para si. Algumas gotas de chuva invadem o abismo se misturando com as
lágrimas que agora ganham sua face. Enfim adormece, alma e corpo estão cansados
de tanto sofrimento e você almeja que este sono se torne eterno, pois no mundo
dos sonhos tudo se torna possível...
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