Um turbilhão de emoções

Boas Vindas

Sejam todos bem vindos!!!
Compartilhem suas ideias, sonhos, imaginações, por mais que pareçam estranhos, gostaria de ouvi-los.
Aqui posto meus textos, minhas ideias...
Beijinhos

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Abismo

Mais um crepúsculo se anuncia e sua jornada parece não ter chegado ao fim. Seus pés já estão machucados e com bolhas devido à longa caminhada, seu corpo cansado e fraco se tornou um fardo que o impede de prosseguir viagem. Um passo em falso e a queda livre rumo ao abismo se inicia. Sabe que é vão gritar por socorro, mas mesmo assim o faz e a falta de resposta só aumenta a dor e o vazio alojado em seu peito.
Acorda em meio à escuridão, olha para o alto em busca de auxílio, mas a noite chegara sem estrelas, sem esperança. O frio e o medo o dominam, deitado se enrosca como uma pequena bola, apertando o peito com a vã esperança de fazer a dor parar, seu coração está estilhaçado. Tem uma vaga lembrança dos motivos que o fizeram iniciar sua jornada em busca de algo que o preenchesse, em busca de si.
As folhas das árvores eram levadas pelo vento rodopiando para longe, o outono estava no fim e o inverno se anunciava rigoroso. A pessoa que você amava partira no inicio do outono, todos os seus planos não deram certo. Procurou formas para continuar com sua vida por mais pacata e monótona que fosse. Mas a solidão aumentava a cada dia que passava, as pessoas não o compreendiam, afinal o mundo não para porque você caiu, porque você se machucou. A humanidade tornou-se egocêntrica e egoísta, cada um vive em sua bolha particular não se importando com o mundo que o cerca. A gentileza do mundo acabara e você saiu em busca da sua paz, do seu cerne, da sua humanidade.

As lágrimas escorrem como um rio caudaloso por sua alma manchando toda história que escrevera para si. Algumas gotas de chuva invadem o abismo se misturando com as lágrimas que agora ganham sua face. Enfim adormece, alma e corpo estão cansados de tanto sofrimento e você almeja que este sono se torne eterno, pois no mundo dos sonhos tudo se torna possível...




quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Perdido

Mais uma gélida manhã de inverno e seu coração parece pesar ainda mais que a noite anterior devido ao gelo que vem se acumulando nele. Levanta – se sem esperança de o sol aparecer e aquecer seu âmago que há muito se esfriou, o inverno chegara rigoroso e sem piedade, congelou suas entranhas fazendo de você um ser decrépito e sem emoções.
Anda pelas ruas se sentindo inferior e sufocado, talvez seja a imensidão dos edifícios ou talvez seja o sentimento de impotência diante do ser humano que se tornara. Sente – se como um pequeno peixe indefeso perdido na imensidão do oceano. Perdido... Essa é a palavra que te define, tantas coisas aconteceram, e tantas deixaram de acontecer, você se perdeu no mar de mágoas e rancor, perdeu o caminho da reconciliação, perdeu a alegria da vida, perdeu o rumo para a vitória, deixou – se levar pelas correntezas da decepção. Está tão perdido em meio aos seus pensamentos que a primavera batera tantas vezes a sua porta e nem notou.
Continua sua caminhada enquanto a neve cai deixando as ruas cobertas com um manto branco. Relembra como as estações anteriores foram regadas de sorriso e amor... Ah o amor se fora para sempre de seu coração deixando seu coração em estilhaços, as poeiras do tempo não demoraram a chegar e logo o vazio fez morada. Chega ao lago que guarda suas melhores lembranças, o gelo parece firme o bastante e resolve caminhar sobre ele, porém o gelo se rompe e afundar nas gélidas águas é inevitável. O local que lhe proporcionara tantas lembranças boas seria seu tumulo.
Fora em busca de algo que o fizesse se sentir vivo novamente e aquele lago era o cenário de uma vida regada de felicidade, está afundando cada vez mais, suas memórias voltam e a dor em seu coração explode. O único ponto de luz começa a desvanecer, seus pulmões clamam por ar e a escuridão prevalece, chegara o fim...

Ouve seu nome sendo chamado como um eco muito distante, abre os olhos com muito esforço e a luz incomoda, as narinas ardem, apesar da visão ainda turva consegue ver um rosto a frente, quando ela finalmente retorna consegue enxergar um infinito de emoções nos olhos que te observam. O gelo finalmente começara a derreter e a primavera retornara ao seu coração...


quarta-feira, 8 de junho de 2016

Mar

O dia está amanhecendo e a visão que você tem é de um mar revolto a sua frente, as nuvens encobrem os resquícios de sol do dia vindouro e tudo escurece. Uma violenta tempestade se aproxima. Todos correm de volta para suas casas buscando um abrigo seguro, porém você continua sua lenta caminhada para a praia, busca as agitadas águas marinhas na esperança de aplacar esse buraco negro que cresce cada vez mais em seu peito.
Lembra – se de como o verão fora feliz em sua vida, cheio de risos, lágrimas de felicidade, promessas de amor eterno... Ah como fora bom estar em seus braços... Mas o outono foi chegando tornando os dias mais frios e monocromáticos. Enfim o inverno chegou e seu amor se fora, levado pelo vento junto com as ultimas folhas das árvores.
Chega à beirada da praia, as ondas beijam seus pés, os respingos do mar escorrem pelo seu rosto como lágrimas brotando da alma e o vento chicoteia seu corpo. Continua caminhando para dentro do mar, a água é gélida, mas reconfortante. As águas te cobrem e você se deixa levar para o fundo do oceano, onde seus pensamentos não gritam como crianças estéreis, e a escuridão torna – se aconchegante, as águas te abraçam como uma mãe abraça o filho.
O fim está chegando, seus pulmões gritam pedindo ar, porém está fundo demais para voltar à superfície. Solta a ultima reserva de ar e vê o mundo escurecendo para sempre...
Seus olhos se abrem lentamente, a visão está turva, pingos de chuva caem em seu rosto, está deitado na areia da praia. Tenta se lembrar de como viera parar na praia, sem sucesso. Não há ninguém a sua volta, sai da areia em busca de um lar reconfortante, uma lareira crepita aconchegante em sua casa e roupas secas.

Não percebe de inicio, mas o buraco em seu peito está diminuindo, e o gosto amargo da desilusão está se tornando doce. Da uma ultima olhada para a praia e vê alguém acenando gentilmente e num piscar de olhos sumir. Agora soubera quem o salvara de si mesmo...


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Solidão

Mais uma noite gélida em seu planeta onde o caos reina completo, a escuridão prevalece e os sonhos se desvanecem como a bruma... Ah como um coração destroçado pode suportar tamanha dor e desilusão?
Caminhar a esmo pelas ruas já não lhe faz bem, não é mesmo? Ah quantos livros foram lidos? Quantos passatempos criados na tentativa de esquecer, de acabar com esse vazio? Do qual você não sabe especificamente do que se trata, apenas sabe que provoca dores em lugares que jamais pensara ser possível sentir.
As cinzas caem sobre a terra, levadas pelo vento de um lado a outro do campo de batalha que é sua vida, o cenário a sua frente é desolador, tantas vidas perdidas, tantos sonhos ceifados e enterrados, as lágrimas turvam seu olhos, as pernas fraquejam e você desaba na neve. Faz anos que o inverno chegou e fez morada em seu planeta.
Sentir – se desmoronando como um alto edifício que vê suas fundações ruírem, sentir – se como um satélite que perdeu seu planeta, como os troncos arrastados pela correnteza, afogar – se em seu próprio desespero...

Não há esperança para um coração estilhaçado, para uma alma perdida. Seus sonhos se foram, sepultados no mar esquecimento, seus anseios tornaram - se pó e a solidão tornou – se amiga. Então durma pequenino, entre para sempre no mundo dos sonhos...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Procura - se

            Mais uma vez o sol vai raiar e você continua a subir a montanha, tem sido uma jornada longa e difícil. Um caminho íngrime, cheio de pedras e buracos que fez com que caísse muitas vezes, deixando algumas marcas aqui e ali.
            Pensa nas pessoas e nas coisas que deixara para trás para seguir seus sonhos, não que você fosse infeliz com sua vida e suas realizações, afinal a vida é uma dádiva. Mas sempre sentiu que faltava algo dentro de si, então há muitas luas atrás partira em busca de algo que preenchesse esse vazio.
            As primeiras noites foram difíceis, habituar - se a solidão fora um fardo pesado, ninguém para conversar, para lhe ajudar a erguer – se dos pequenos tombos, as fortes tempestades, o frio de congelar os ossos. Porém sem perceber tudo isso o tornou mais forte e sábio.

            Finalmente da os últimos passos para alcançar o topo da montanha e quando se da conta está sem fôlego e maravilhado com o que vê. Ah que bela visão... O dia finalmente amanhecera trazendo consigo novas esperanças, o vento varrera para longe seus medos e mágoas. E se da conta que o que procurava sempre estivera consigo...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Neve


A neve cai incessantemente pelas ruas desoladas, o cenário combina com sua alma entristecida e solitária. O pesado fardo de caminhar sozinho é enlouquecedor e monótono.
            Seus pés afundam na neve tornando a caminhada difícil, o ar é gélido a sua volta e toda a tentativa de manter o corpo quente foi em vão, o frio está congelando seus ossos e caminhar se torna impossível. Então se deixa cair na neve, seu corpo cai pesadamente de lado, não tem mais forças para lutar pela vida. O gelo tomou conta da sua alma.
         Sente que está partindo e a ultima lembrança que vem a mente é a de um coração partido há muitas e muitas luas atrás. Seu mundo um dia fora um local quente e habitável, porém o inverno chegou rigoroso e solitário, afinal ele sempre chega para todos.
            Suas pálpebras se fecham aceitando o seu destino sem lutar, um ultimo resfolegar e as luzes se apagam... Sim esse inverno foi longo, destruiu todos os seus sonhos como uma bomba atômica, deixando apenas cinzas no lugar onde um dia existira vida. E você se entregou, desistiu de lutar, desistiu de amar, desistiu de sonhar, você desistiu de viver. Foi covarde para tomar as rédeas da sua vida e ser feliz.
            Porém a primavera sempre vem após o inverno, trazendo novas chances, novas histórias, vitórias, nova vida. Sente o ar esquentando a sua volta? O degelo? E como a fênix você renascerá das cinzas...