Estava
amanhecendo quando o trem partiu e da minha janela pude vê-lo acenando para
mim... Nunca mais o veria e isso fez com que lágrimas brotassem em meu rosto.
A paisagem
passava despercebida, sem vida e eu me recordava dos bons momentos que passamos
juntos. Cada riso, abraço, sua voz ficara guardada comigo em minha caixinha
mais sagrada que sempre era carregada por mim.
Ainda sinto
seu perfume, seu calor ao me abraçar. Vejo pequenos flashes dos momentos que
passamos juntos. Ele fez parte do meu grupo preferido de heróis... Aqueles que
são tão humanos quanto nós, simples em sua forma, porém magnificos em suas
ações. Seu poder era trazer alegria e vida ao ambiente, lágrimas e tristeza
nunca foram páreas para meu herói particular.
O sol começa
a dispersar as nuvens da minha alma trazendo esperança novamente para preencher
o vazio que assola meu planeta. A locomotiva da um pequeno solavanco indicando
o fim da viagem. Pego minha bagagem e me despeço dele para sempre...
Paro na
porta. A brisa brinca comigo, fazendo meus cabelos dançarem a minha volta, um
vento suave traz a lembrança de nossa despedida naquela manhã. Ele me esperava
na estação com um pequeno presente nas mãos, entregou-me o embrulho dizendo que
logo a tristeza passaria, pois Deus me presenteara com pessoas maravilhosas e
quando eu chegasse ao final do caminho, alguém estaria esperando por mim.
Desci do trem
e fiquei parada observando o pouco movimento que ali reinava, estava tudo tão
silencioso, a vida passava em câmera lenta envolta em névoa. Dei-me conta de
que ainda segurava o embrulho então o abri. Era um pequeno cristal que exposto
à luz brilhava de maneira mágica, trazia a luz do sorriso dele e um sorriso
enfeitou minha face.
Meus olhos se
voltaram para uma pessoa que estava sentada em um banco, assim que me avistou
sorriu e veio segurar minha bagagem, segurou minha mão e disse que me esperava
há algum tempo. Esta era a pessoa que ele se referia...
Encaminhávamo-nos
para a saída quando paramos para observar a locomotiva partir e senti a
tristeza me invadir novamente, mas dessa vez não estava só, ele me abraçou
reconfortando-me e saímos para enfrentar mais uma estação, com a certeza de que
um dia pegaríamos o trem novamente para um lugar desconhecido onde apenas a paz
reina.