É inverno no
meu mundo, a neve cai constantemente. Faz anos que a primavera foi e não voltou...
Ando por aí a procura dela, mas um sábio disse que ela somente voltará com a
felicidade, portanto estou à procura dessa tal.
Iniciei
minha jornada nas Montanhas dos Sonhos, onde encontrei coisas que nunca
imaginaria que houvesse se não fosse nos devaneios de alguém, porém ela lá não
estava.
Desci a
montanha com a frustração me cercando, essa sorria de maneira irônica e
provocante, aquilo me deixava cada vez mais infeliz... Mas a esperança segurou
em minhas mãos e me ajudou a escalar algumas pedras e a levantar quando os
pedregulhos do caminho me faziam tropeçar.
Segui pelo
Deserto dos Desejos, mas lá não avistei nada a não ser o vento levando as
areias do tempo para longe, bem longe... E mais uma vez a frustração olhou para
mim com ar esnobe e continuou a zombar, dizendo que a busca era inútil, que
nunca encontraria a tal felicidade... Meus olhos se banharam de lágrimas, porém
mais uma vez a esperança me ajudou com seu abraço me reconfortou e me deu
forças para continuar a jornada.
Houve um dia
em que o medo me perseguiu e quase morri ao me deparar com o Penhasco da Dúvida,
esta me puxava cada vez mais para o abismo, estava enfeitiçada pelo medo e fui
em direção à dúvida, está parecia acolhedora. Mas senti algo me puxar... Era a
esperança novamente zelando por mim, sorria carinhosamente...
Cheguei a
Gruta das Dores, sendo esta a parte mais difícil da viagem. Passei a noite lá e
durante a madrugada comecei a ter calafrios e a delirar, pedia para que me
levassem desse mundo, pois já não aguentava tanto dor, tanta desilusão... A
frustração continuava ali ao meu lado zombando dizendo que eu nunca iria
conseguir, o medo continuava no meu encalço, esperava apenas uma brecha, um
descuido para atacar. Senti que estava desfalecendo, meus olhos começavam a se
fechar e a ultima coisa que vi foi o rosto da esperança que apesar da
preocupação passava confiança e segurança.
Abri os
olhos com dificuldade, estava em um lugar muito iluminado... Será que meu
pedido havia sido atendido? A frustação, a dúvida e o medo tinham me vencido?
Tentei levantar, senti mãos macias me ajudando, era a esperança mais uma vez
cuidando de mim, perguntei o que havia ocorrido, por que estava tão machucada? E
como meus ferimentos haviam sarado tão rapidamente, por quanto tempo dormi?
Ela
olhou para mim com carinho e disse que não precisa ficar preocupada, afinal havíamos
derrotados nossos inimigos... Então voltei minha atenção para o que me cercava,
percebi que estávamos nos Campos dos Sentimentos onde cada um possuía seu
vilarejo e viviam em harmonia.
Fomos
buscar mantimentos no vilarejo mais próximo. As pessoas de lá vivam com um belo
sorriso no rosto, como se nunca tivessem tido algum problema... A esperança me
levou até um pequeno casebre, onde residia um rapaz de aparência humilde, porém
esboçava um belo sorriso que me deixou desconcertada.
-
Senhor, estamos de passagem por suas terras e precisamos de sua ajuda...
Ele olhou para mim com carinho e disse:
- Tem certeza que ainda não encontrou o que
procurava?
Olhei para a
esperança e ela sorria para aquele rapaz, como se soubessem de algo que eu
ainda não havia percebido. Ele se aproximou e olhou no fundo dos meus olhos,
naquele instante pude perceber que minha jornada havia chegado ao fim, à
felicidade estava bem ali na minha frente com simplicidade ela se mostrou e
depois se tornou preciosa...
Depois
de algum tempo descobri que o senhor que liderava o vilarejo se chamava amor...
Onde ele estava? Ao meu lado segurando em minhas mãos. A esperança estava
viajando com outras pessoas guiando – as para que encontrassem a felicidade...
Atualmente
meu mundo está em flores. A primavera retornou...
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