Um turbilhão de emoções

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Beijinhos

sábado, 15 de abril de 2017

Partida II

O vento açoita, forte e cortante, dificultando cada passo rumo ao topo, tornando a subida um tormento. Uma tempestade se aproxima, é possível ver as nuvens carregadas no horizonte, raios abalam a terra.
            Estou cansada da longa jornada, é um caminho pedregoso, estou cheia de hematomas e cortes das quedas. A vida tem deixado marcas e profundas cicatrizes. No início da jornada a primavera reinava colorida, os anos se passaram e suportei todas as estações com afinco, lutei para sobreviver todos os invernos. Mas chegara o mais rigoroso de todos, o que causara mais cicatrizes, e que ainda açoita minha alma.
            A tempestade começou e sem aviso meu corpo desiste de lutar contra ela e contra tudo que se apresentou no caminho, então desabo no chão pedregoso. As gotículas caem pesadas e o vento torna-se cada vez mais feroz, rapidamente uma poça se forma em minha volta, estou enrolada em uma pequena bola protetora, como se isso fizesse a dor parar, minha alma sangra, vejo – o esvaindo junto com a água que escorre da chuva.
            Como num filme caseiro revejo os momentos incríveis que compartilhei com as pessoas que amo, porém nem isso é suficiente para que volte a superfície, minha alma se afoga em dor e tristeza, as águas estão turvas a minha volta, mas a calmaria reina e me deixo afundar cada vez mais.

            Não faz sentido estar vivo e não sentir nada, já não sinto o vento, o riso não brota com facilidade. As primaveras tornaram – se cada vez menos coloridas, já não faço mais parte desse mundo. Chego ao fundo e minha alma clama por ar, sem pestanejar me entrego a paz proporcionada pelas águas e me vou para sempre...