Mais
uma vez o crepúsculo se forma no horizonte e de cima do penhasco você observa o
mundo lá embaixo, o silêncio predomina, as luzes parecem pequenas estrelas
pontilhando a terra, o cenário seria perfeito se o caos não reinasse dentro de
si.
Algumas
horas antes você esteve nos braços da pessoa que fez seu coração parar de bater
por um milésimo de segundo, porém muito assustado preferiu fugir a se entregar,
afinal o medo de sofrer de novo foi mais forte. Caminhou a esmo pelas ruas da
cidade com os pensamentos gritando e a alma chorando.
Prometeram
amor eterno e você visualizou a família que formaria. Mas chegou o dia em que
todo o cenário foi consumido pelas chamas, restando apenas às cinzas como
lembrete da tragédia e desde então você se vê impossibilitado de amar novamente.
As cortinas do palco se fecharam para sempre.
E
todas as noites quando vai para cama pergunta para Deus o porquê de tudo isso, talvez
seja a sua aparência? Sua personalidade? Assusta as pessoas ou as intimida? São
tantas questões sem respostas que talvez a melhor solução mesmo seja dormir.
Porém
em uma bela manhã de novembro caminhando pela rua avista uma pessoa que faz mil
borboletas levantarem vôo em seu estômago e pensa ”Ah não! De novo não...” Mas
o universo diz: - Ah sim! De novo sim.
Chega
à beira do penhasco com os ânimos a flor da pele, pois a decisão que tomaria mudaria
para sempre sua vida quebrando todos os seus conceitos e todas as barreiras que
criara para si. Observa o caminho por onde viera, mais uma vez sorri e deixa seu corpo
cair, seu ultimo pensamento vagou para aquele ser que o levara aos extremos da
vida, que o fizera sentir-se o ser mais abençoado do planeta e sabia que ela
estaria esperando por você. Então agradece ao universo por ter conspirado ao
seu favor. Sente o ar passando muito rápido por seu corpo, procura algum sinal
de desespero, mas só o que sente é paz e gratidão.
Seu
último suspiro e as luzes do palco se apagam...
Aquela
vida acabara aquele eu morrera, uma nova pessoa nasceu das cinzas.
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