Um turbilhão de emoções

Boas Vindas

Sejam todos bem vindos!!!
Compartilhem suas ideias, sonhos, imaginações, por mais que pareçam estranhos, gostaria de ouvi-los.
Aqui posto meus textos, minhas ideias...
Beijinhos

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Estrada

Mais uma vez o sol se põe, cansado senta à beira da estrada e tira o calçado para que os pés respirem um pouco. A jornada tem sido longa e árdua, muitas pedras, algumas quedas e muitos feridas para tratar.
A jornada começou com muitos ao seu lado, mas aos poucos eles foram ficando para trás.  Alguns caíram e não tiveram forças para levantar, outros não resistiram aos ferimentos, mas no fundo todos desistiram dos seus sonhos. O início do caminho é sempre belo, cheio de promessas de glória e triunfo, movidos por esses prazeres muitos se iludem, e quando vêm às primeiras pedras desistem, pois não estão preparados para as adversidades da vida. Perseguir os sonhos é algo que poucos conseguem.
A noite chegou gélida e sem vida, ninguém para conversar e tratar das suas feridas. Continua a caminhada solitária, pensa em tudo que deixou para trás, a vida roubou – lhe alguns sorrisos, alguns sonhos foram arrancados de si, porém novos sonhos nasceram. Sonhar... Uma tarefa árdua, mas inebriante. Essa jornada durará anos e só findará quando chegar o dia do silêncio e essa é a única certeza de toda a caminhada.
O dia começa a raiar novamente, trazendo consigo a esperança de novas possibilidades. Aos poucos a luz vai invadindo a estrada, o sol vai aquecendo sua pele renovando as energias. Porém algo lhe parece estranho, uma pessoa vem caminhando em sua direção... Após tanto tempo sozinho e sem esperança de encontrar alguém o medo invade seu coração e você fica imóvel.

Ao se aproximar nota que é uma bela moça que parece tão cansada e machucada quanto você, ela sorri... Você finalmente encontrara a luz no fim do túnel...

sábado, 8 de agosto de 2015

Reflexões

Por fora um sorriso que contagia e engana a todos, por dentro a única gota de felicidade esvaiu-se como água pelo ralo. É como deixar o corpo afundar até as profundezas observando a luz minguar até desaparecer deixando que a escuridão reine a sua volta. Lutar contra a correnteza já não faz mais sentido, sem forças se deixa levar rio abaixo. Os pulmões gritam por ar a cada batida de seu corpo nas pedras, mas as forças para lutar se foram junto com a felicidade e aos poucos você foi morrendo...
 Cada sonho destruído, cada lágrima derramada, cada decepção fora demais para um coração que já estava quebrado. Uma última lufada de ar escapa dos pulmões. A memória entra em colapso, o coração para de bater, os olhos abraçam a escuridão como uma velha e adorável amiga. Seus pensamentos não zunem mais como abelhas raivosas em sua cabeça, não há mais buracos negros em seu coração, restam apenas à paz e o silêncio.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Desolação


É manhã em seu mundo e o único cenário que você vê é o da desolação, fruto das batalhas de uma guerra que já dura anos e que agora parece perdida. Os últimos ataques inimigos resultaram em grandes baixas em seu exército que resistiu tempo suficiente para que fugisse para um local seguro... Seguro...  O que seria seguro?  Agora já não restava nada que te trouxesse de volta do abismo, que o fizesse emergir das profundezas desse oceano de angústia e tristeza que aumentava a cada segundo, porém o pior era o medo. Medo da loucura que rastejava lentamente ao seu encontro.
Em seu esconderijo pensa em todas as táticas de guerra que poderia ter usado para salvar a vida de seus companheiros que sempre estiveram ao seu lado e que por covardia você abandonou a sua própria sorte, não foi corajoso o bastante para lutar ao lado deles, escolhendo o caminho mais fácil e que acreditava ser menos doloroso, porém machucados na consciência doem mais que um membro amputado.
Os pensamentos estão turbulentos em ponto de erupção. Cria coragem para sair do esconderijo. As ruas estão cheias de destroços das explosões, onde haviam prédios e praças agora restam apenas às cinzas dos sonhos que morreram. Anda pelas ruas a procura de sobreviventes para compartilhar suas lamúrias e desilusões, precisa de alguém para conversar. Aparentemente o último ataque não permitira sobreviventes. Então como é sentir-se o último ser da terra que tanto amou, e que nunca valorizou? Como é sentir o cheiro pútrido da morte no ar? Como é sentir esse buraco negro que suga sua essência e que só aumenta a cada dia em seu âmago? Como é caminhar sozinho rumo ao inferno?
Abandonar os sonhos é abandonar a si mesmo, é perder-se na imensidão de impossibilidades que é a vida. É deixar que o medo de vencer o torne um espectro perdido no tempo. Porque lágrimas são bem vindas e necessárias para lavar a alma, uma pessoa sem sonhos é um ser que vaga erroneamente pelo universo. E não importa o quão difícil seja a batalha ou que esteja sem forças para prosseguir, sempre haverá um fio de esperança, uma luz que um dia o fará ganhar a guerra.

            Crescemos, vivemos e quando nosso último dia finalmente findar levaremos nossos sonhos conosco. Porque nós somos feitos de sonhos...

sábado, 25 de abril de 2015

Escolhido

                O dia amanheceu perfeito, o calor emanava pela terra, o vento brincava com árvores, a luz do sol passava pela janela. Levantou-se da cama feliz e suspirou com a possibilidade de um novo recomeço, de sentir, viver, amar. Ah o amor... Uma oferta agradável e maravilhosa que nos proporciona as melhores lembranças, pena que nem todos nasceram para serem amados, muitos nasceram para amar, mas jamais serão correspondidos, jamais conhecerão o calor de um abraço ou o sabor de um beijo, pois esses são poetas, e as pessoas dessa classe em especial nasceram para amar incondicionalmente.
                O dia continua belo já que a felicidade hoje resolveu ser sua companheira, porém as nuvens cobrem o sol, anunciando uma possível tempestade e seu humor começa a mudar. O carteiro com olhar de solidariedade como se já soubesse o conteúdo da carta sorri e entrega sua correspondência. Com ansiedade rasga o envelope, seu coração para de bater por alguns segundos, a respiração cessa e com olhos marejados você sente seu pequeno mundo ruir. Tudo o que criara desaparecera em uma fração de segundos, a esperança de um recomeço se fora.
                A tempestade começou, raios enchem a terra de temor, parabéns você foi escolhido para ser um poeta, Deus olhou lá de cima e viu que era forte o bastante para ter essa dádiva, pois a função de um poeta é sofrer, principalmente por amores não correspondidos...  E como dói não ser amado.

                Já sente os sintomas? O chão que pisa é movediço demais para dar apoio, seu coração que fora inteiro um dia, está como uma vidraça estilhaçada, os dias já não são tão belos como antes, você coloca a música no último volume na esperança de seus tímpanos estourarem para que não ouça sua alma gritando.  E depois de escolhido não há volta, sua sina será amar e não ser amado, por isso pobre passarinho voe o mais alto que puder para longe de todos, pois a solidão e o mar de lágrimas serão seus únicos e eternos companheiros.
                  Somos poetas e reza a lenda que nascemos para amar, mas não para sermos amados...

sexta-feira, 6 de março de 2015

Questões de uma conspiração

Mais uma vez o crepúsculo se forma no horizonte e de cima do penhasco você observa o mundo lá embaixo, o silêncio predomina, as luzes parecem pequenas estrelas pontilhando a terra, o cenário seria perfeito se o caos não reinasse dentro de si.
Algumas horas antes você esteve nos braços da pessoa que fez seu coração parar de bater por um milésimo de segundo, porém muito assustado preferiu fugir a se entregar, afinal o medo de sofrer de novo foi mais forte. Caminhou a esmo pelas ruas da cidade com os pensamentos gritando e a alma chorando.
Prometeram amor eterno e você visualizou a família que formaria. Mas chegou o dia em que todo o cenário foi consumido pelas chamas, restando apenas às cinzas como lembrete da tragédia e desde então você se vê impossibilitado de amar novamente. As cortinas do palco se fecharam para sempre.
E todas as noites quando vai para cama pergunta para Deus o porquê de tudo isso, talvez seja a sua aparência? Sua personalidade? Assusta as pessoas ou as intimida? São tantas questões sem respostas que talvez a melhor solução mesmo seja dormir.
Porém em uma bela manhã de novembro caminhando pela rua avista uma pessoa que faz mil borboletas levantarem vôo em seu estômago e pensa ”Ah não! De novo não...” Mas o universo diz: - Ah sim! De novo sim.
Chega à beira do penhasco com os ânimos a flor da pele, pois a decisão que tomaria mudaria para sempre sua vida quebrando todos os seus conceitos e todas as barreiras que criara para si. Observa o caminho por onde viera, mais uma vez sorri e deixa seu corpo cair, seu ultimo pensamento vagou para aquele ser que o levara aos extremos da vida, que o fizera sentir-se o ser mais abençoado do planeta e sabia que ela estaria esperando por você. Então agradece ao universo por ter conspirado ao seu favor. Sente o ar passando muito rápido por seu corpo, procura algum sinal de desespero, mas só o que sente é paz e gratidão.
Seu último suspiro e as luzes do palco se apagam...

Aquela vida acabara aquele eu morrera, uma nova pessoa nasceu das cinzas.