Um turbilhão de emoções

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Aqui posto meus textos, minhas ideias...
Beijinhos

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A Vida




O dia amanheceu e a luz do sol tenta ultrapassar as barreiras imposta pelas folhas e galhos das árvores, tão altas que se perdem na densa neblina que cobre a grande floresta. O verde predomina tudo por aqui. As plantas rasteiras cobrem o solo. É tudo tão verde... Faz alguns anos que estou procurando o caminho de volta para casa, mas a cada dia que se passa fico mais presa a este lugar.
         Cansada da caminhada sento-me em um tronco, recoberto de musgos, ainda está húmido devido às longas horas de chuva que caem por aqui. Lembro-me do dia que entrei na floresta... Estava à procura de um tesouro. No começo estava acompanhada das pessoas que amo. Estávamos em grande numero todos dispostos a me ajudar, disseram que ficariam comigo até o fim mesmo sabendo dos perigos que havia na floresta. Ao longo da jornada vi companheiros meus me abandonarem no momento em que mais precisei... Foi quando escorreguei na trilha e cai pelo penhasco. Gritei para que me ajudassem, mas o único som que recebi em resposta foi o som da floresta. Olhei para o céu pedindo socorro e o silêncio foi dado como resposta. Senti-me o ser mais insignificante da face da Terra...
         Após muito chorar andei a esmo pela floresta. Não havia trilha para seguir, apenas fui em frente, na esperança de encontrar alguém ou um caminho para seguir. Às vezes ouvia passos e corria a procura da origem do som, mas quando chegava ao local ele estava vazio. Então continuei minha caminhada sem rumo, e a cada dia que se passava a esperança de encontrar o tesouro se esvaia assim como partes de minha alma, já que a felicidade se fora.
         Agora eu me encontrava no centro da floresta. Eu sabia disso porque ali estavam as árvores mais altas. Era uma paisagem bonita, porém um pouco assustadora. O silêncio fazia morada ali. Nem a brisa revolvia as folhas das plantas.  Observei minhas vestes, estavam com vários rasgos, suja de limo e terra em varias partes, minha pele também estava com vários hematomas e pequenos cortes devido às varias quedas que sofri durante a jornada. Começava a chover novamente, mas eu estava segura ali na floresta, as largas folhas impediam que grande parte da chuva caísse sobre mim, fazendo com que apenas alguns pingos aleatórios me molhassem.
         Fiquei ouvindo o som da água batendo nas folhas e viajei no tempo... Em uma época distante quando a felicidade reinava em minha alma eu dançava na chuva, a sensação era maravilhosa, mas a melhor imagem que meu cérebro resgatou foi do beijo na chuva... Ele estava tão lindo com os cabelos molhados, apesar da água fria, seu toque era quente em minha face. Naquele momento vi em seus olhos a certeza de que ele sempre estaria ao meu lado. Porém o tempo nos separou e agora eu estava só naquela imensa floresta.
         Após tais reflexões resolvi continuar a jornada. Rapidamente minhas roupas ficaram encharcadas. Mas essa tempestade tinha uma energia diferente, me renovavam as forças e segui com mais rapidez. E no caminho havia uma pedra, tropecei e rolei barranco abaixo. A tristeza me invadiu e fiquei ali enroscada em uma bola, com as lágrimas se misturando com a chuva. Adormeci. Acordei com um sussurrar, mas não tinha forças para me levantar e permaneci ali no chão lamacento pela chuva.
         A voz continuava, dizia que nada estava perdido, que ainda havia esperança... E que se o medo ainda predominasse em meu coração não era para dar ouvidos a ele, pois nada que ele havia causado era importante. Esgotando minha reserva de forças levantei-me e senti meu coração pulsar com determinação. Limpei o barro da roupa e segui em frente e quando empurrei uma fileira de samambaias eu vi... Era uma pequena clareira salpicada pelas mais lindas flores, o vento fazia a relva se agitar suavemente com seu toque, delicadamente eu avancei. Sentindo as flores, os sons, tudo a minha volta indicava sinal de vida e parado no meio da clareira estava ele segurava um pequeno diamante nas mãos. Disse que ele o havia pegado na forma bruta e que o lapidou durante todo o período em que estivemos separados. Ele era lindo, possuia um brilho maravilhoso e combinava com a suavidade da clareira. Ele me abraçou e meu mundo ficou completo novamente. Senti a felicidade se espalhando pelo meu corpo.
         Somos comparados a pequenos diamantes, na forma bruta podemos parecer sem vida e até sem graça, mas cada faceta vai sendo lapidada em nossa jornada de descoberta e em nossa caminhada por esta vida. Cada lagrima representa uma vitória. Cada sorriso representa uma vida, pois somos mais do que os olhos podem ver...