Um turbilhão de emoções

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Doce lembrança



Os primeiros flocos de neve já caiam e em algumas horas as ruas estariam cobertas do branco gelado que começara a predominar o planeta. Isso indicava uma nova era do gelo que poderia durar milhares de anos ou apenas uma noite, a mais gelada de toda minha existência. Contarei como tudo começou...
Quando acordei os pássaros cantavam, as flores exalavam seu doce aroma, a vida era celebra com os raios de sol que invadiam os cômodos da casa. Levantei com uma disposição incrível e rapidamente terminei meus afazeres e fui cuidar do meu jardim que havia sofrido duas grandes perdas e estava se recuperando da ultima nevasca que o atingiu após uma falecer.
Cheguei ao canteiro de tulipas, estavam belas com suas cores vivas, porém havia uma que começava a murchar. Rapidamente peguei meus materiais para trata-la e após um observa-la fui para a varanda e assumi meu lugar na poltrona que fora herança de família.
Recordava-me da primeira perda do meu jardim... Foi no canteiro de lírios, numa manhã de outubro, ele tinha sido acometido por uma doença e apesar de meus cuidados ele não resistiu e assim como ele a primavera se foi daquele canteiro. Um ano após a perda do lírio o canteiro de rosas apresentou problemas e uma rosa, a mais bela de todas, a que me trazia alegria todas as manhãs foi levada pelo forte vento que assolara meu jardim e assim como o canteiro de lírios o de rosas também começou a sofrer com o inverno.
Começava a esfriar. Entrei em casa e após um banho quente beberiquei o chá que havia preparado. Na manhã seguinte saí para comprar umas sementes e resolver uns problemas pendentes, estava a três quarteirões de casa quando o celular tocou e uma voz reconhecida deu-me a notícia que mais temia. As lágrimas escorriam pela minha face enquanto corria para meu lar. Abri a porta num rompante e corri para o jardim, mas já era tarde demais... Minha doce tulipa se fora deixando o canteiro machucado e vazio.
E os primeiros flocos de neve começaram a cair...
Cambaleando com a mão no peito saí da nevasca que agora tomava conta do jardim, sem forças deixe-me levar pelo turbilhão de lembranças e pelo torpor que parecia aconchegante demais e assim fiquei durante dias.
A campainha tocara e sem vontade me dirigi até a porta. O inverno assolava meu planeta, nem a lareira era capaz de trazer conforto. Ao girar a maçaneta senti algo diferente e quando abri à porta a luz do sol entrou e parado na soleira estava um belo moço com uns pacotes que me eram conhecidos. No dia que minha tulipa se fora o desespero fora tamanho que nem notei minhas sementes e ferramentas caírem e ficarem para trás, e um rapaz as pegou, porém quando se voltou na minha direção eu já não estava lá.
Durante todos esses dias havia procurado a dona dos pacotes e finalmente batera na porta certa. O gelo começava a derreter, o inverno estava acabando e a primavera chegava de mansinho.
Após alguns anos retornei ao meu jardim que ficara sob os cuidados de meu melhor amigo. A primavera voltara, as flores exalavam o doce aroma da vida, as borboletas voavam de um canto a outro. E no canteiro de orquídeas plantadas por ele, brotava uma pequena flor, fiquei parada observando-a. Sussurrou algumas palavras ao meu ouvido e me abraçou. O jardim estava em festa e dali alguns meses a pequena orquídea floresceria.







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