O sol está no
horizonte e seus últimos raios fazem sombras na areia da praia. Suavemente o
mar banha meus pés, sua água vai e volta e isso me faz lembrar os momentos que
passei com pessoas que marcaram minha vida...
Houve uma
época em que sorrir era mais fácil, o choro era de alegria, as palavras não
eram ensaiadas, a vida era menos complicada. Porém assim como as árvores
envelhecem, nós também completamos nossas primaveras e com elas aprendemos que
não importa o quanto as outras estações sejam difíceis no tempo certo floresceremos.
Sinto a água a
minha volta calma e tranquila. Respingos molham meu rosto e se misturam com as
lágrimas que escorrem por minha face. A separação foi difícil e assim como o
vento, ele se foi e na brisa restou apenas o som do seu riso, que bailava a
minha volta, assim como a água. O seu riso me trouxe as lembranças de minhas
primeiras primaveras... Regadas à felicidade e carinho.
Com o tempo
isso se perdeu. Às vezes o processo de mudança é tão doloroso que nos esquecemos
de que foram através dessas mudanças que conquistamos as melhores coisas do
mundo... A certeza de que conseguimos vencer os obstáculos impostos a nós e de
que somos vitoriosos por tentar e não desistirmos no meio do caminho, mesmo que
não tivéssemos forças, mesmo que as lagrimas impedissem de enxergarmos com
clareza... Chegamos ao destino.
Naquele
momento danço com o vento... A água respinga nos meus cabelos e as lagrimas
desaparecem, foram levadas com as ondas do mar e se misturaram sumindo para
sempre, agora só me resta o choro de felicidade. Sei que ele não vai voltar...
É doloroso, mas comigo ficou a lição de sempre manter um sorriso no rosto e
assim levar a felicidade para o mundo.
Agora que
estou prestes a comemorar mais uma primavera, retomo as lembranças dos
primeiros anos de vida e dos melhores momentos e coloco todos em uma caixinha
de surpresas chamada coração. Assim terei a certeza de que não serão perdidos
nem estragados pelo tempo, meus tesouros encontrados e guardados com muito
carinho.