Estações

Durante o verão o calor aqueceu minha pele. Pessoas corriam, brincavam, sorrindo um para o outro e eu observava aquele lindo cenário a minha volta.

No inverno andei pelas ruas desertas, a procura de alguém com um sorriso no rosto para que pudesse enfim me alegrar. Porém não encontrei e assim frustrada, sentei na calçada e vi minha alma chorar.

O outono chegou e com ele a vida foi voltando ao normal. Ah! Como era lindo, a brisa tocando as folhas das árvores e vê-las se soltando, rodopiando até tocar o solo, era realmente um espetáculo mui belo... Mas ainda não havia encontrado o sorriso que iria me fazer sorrir.

Meses se passaram e a primavera finalmente chegou. Que alegria! Eu corri pelas colinas... Sentindo o aroma das flores que estavam a desabrochar. E finalmente lá estava o sorriso, que tanto almejei estampado em um lindo rosto que estava a me observar.

Corri em sua direção, deitei ao seu lado em meio à relva e fiquei olhando os desenhos que as nuvens faziam no céu... Um som estridente me tirou dos devaneios.

O despertador tocara, abri os olhos e vi o teto do quarto. Que pena, foi só um sonho...

Abri a janela, surpreendendo-me com a visão a minha frente, pois lá estava o sorriso.

E fui ao seu encontro...

Autoria de Isabela Maria da Silva

Se eu fosse eu?

O que eu faria? Realmente não sei... Nunca pensei nisso, talvez seja porque somos tão alienados, que não agimos por conta própria, pois sempre precisamos de opiniões de outras pessoas para poder definir o que realmente somos.

Se eu fosse eu, retiraria todas as máscaras com a qual vivi todos esses anos. Muitas vezes estava triste, magoada, com raiva, ou seja, um turbilhão de sentimentos querendo explodir, mas para não transparecer o que sentia ou o que sinto fui obrigada maquiar um belo sorriso no rosto e como consequência disso sentir- me mal, pois estava sendo falsa...

Se eu fosse eu, não estaria vivendo uma vida que é regida por outras pessoas. Porque se der um passo em falso todos te apontarão e te condenarão, pois você é o exemplo da família e das pessoas que te cercam... Realmente é uma tarefa difícil, ser sempre a certinha... “Ouvir “não faça, pois as pessoas irão te difamar” ou ”não faça aquilo, pois você é o exemplo da família”, mas ninguém perguntou se eu queria ser isso. Infelizmente é consequência do que sempre fui, do rumo que decidi seguir.

Se eu fosse eu, faria as pessoas entenderem que o consumo exagerado não faz bem para a saúde, que deveríamos enxergar as pessoas que vivem ao nosso redor e que andassem com os olhos atentos para o que nos cerca, pois às vezes achamos nossa felicidade onde menos esperamos, talvez ela estivesse ali na esquina, mas como você passou de nariz empinado não pode ver, ou mesmo ela estive ao seu lado e assim como o vento, ela se foi para um lugar que você jamais saberá, mas tenha certeza de que um dia ela volta, assim como as ondas da praia... E quando ela voltar agarre-a, não deixe escapar, pois nem sempre há uma terceira chance.

Quando eu for eu... Estarei no topo do mundo ouvindo o silêncio e vendo a vida acontecer lá embaixo, estarei apenas observando as pessoas encontrarem sua alma, será uma tarefa difícil, porém não impossível, e quando todos se encontrarem, poderemos viver em um mundo melhor.

Sem máscaras, sem vidas regidas por outros, assim é o meu eu e qual é o seu?

           

A Chuva

O sol se esconde atrás das nuvens, parece que vai chover. Uma angústia desesperadora toma conta do meu coração.

Sinto-me sozinha no mundo, eu sei que há pessoas que me amam, mas é o que eu sinto.

Aquela música suave penetra em minha alma e me faz sentir vontade de chorar, mas não quero que ninguém me veja chorando. Meu corpo obedece ao meu comando, mas as lágrimas escorrem em minha alma, como um rio que parece não ter fim.

Lembro das pessoas que eu amo e me dói mais ainda saber que não sentem o mesmo por mim.

Se eu tivesse asas, voaria para a montanha mais alta, para poder refletir sobre os acontecimentos, sobre os meus sentimentos, porém sei que não posso.

Por isso minha alma chora, o frio bate em meu corpo e chove lá fora...

Isabela M. da Silva